Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
Preciso porque estou tonto.
(Leminski)
Escrevo porque preciso
Preciso porque estou tonto.
(Leminski)
E foi na tentativa de estancar alguns quereres que insistem em sangrar de mim que criei este espacinho, pra depositar estes coágulos de idéias. Escrevo sem pretensão de agradar, é bom frisar. Pois a maioria destes meus versos que cá residirão nem a mim agradam. São as veias abertas da minha América do Sul [south america is my name/Caetano Veloso]. Sangro porque o instante existe. E minha vida, ah...
Não sou alegre nem sou triste: Sou poeta.
(Cecília Meirelles)
(Cecília Meirelles)
Este turbilhão, esta necessidade de dar vida a um dizer que é tão meu quanto do papel em que escrevo, é algo que vem do sangue. Não da família. E sim, da família. Mas desta língua [última flor do Lácio, inculta e bela/Olavo Bilac], felina e lânguida e qualquer coisa de Limeira. De Dôra Limeira [http://doralimeira.blogspot.com/]. E, se nada tenho desta língua-luso-américa-latim-em-pó, este Limeirismo teremos sempre em comum. Amém.
cheirar lírio
beber lírio
sugar lírio
morrer lírio
e nunca me fartar
de lirismo
(Dôra Limeira)
beber lírio
sugar lírio
morrer lírio
e nunca me fartar
de lirismo
(Dôra Limeira)
Caí nesta, então, meio que acidentalmente, meio que propositalmente, meio predestinadamente [meio lua, meio pandeiro, meio trovão/Milton Dornellas]. Cumprindo os fados, num mundo de maldades e pecados [http://www.ithasnotitle.blogspot.com/], sangrando os fatos num poço de saudades e recatos.
Abraço os meus há-braços de cada dia como quem bebe a água doce de sua própria terra, num suspiro profundo de satisfação. E assim sangro, e assim lírio. Assim delírio.
Caminhando a esmo
Como quem procura a si mesmo
Assim mesmo.
Como quem procura a si mesmo
Assim mesmo.
A solidão que me invade o quarto
O choro que me invade os olhos
O bolero que me invade os ouvidos
O choro que me invade os olhos
O bolero que me invade os ouvidos
A rebelião que me transborda os poros.
(Gustavo Limeira)
(Gustavo Limeira)
limeirismo, hm, acho que adotarei essa palavra mais freqüentemente
ResponderExcluirlembra quando eu te disse "você é sensível"? pronto.
ResponderExcluirquero ver mais coágulos por aqui, :*
gustavo, o que trazes em tuas veias nada mais é que o ferro das tuas dores e as hemácias das tuas cores! transborde-nos mais desse teu infinito sangue.
ResponderExcluircorta esse pulso de brinquedo e atravessa correndo a ponte e os mares abertos enquanto jorra pela mão o suco aguado das tuas entranhas
ResponderExcluirdeixa que as ondas num caldo te arranquem os glóbulos que não vês pulsar no cérebro
quero ver os olhares dos passantes tiroalvarando-te
a tábua
e tu seco de sangue sem poder chorar a mágoa
ecrevendo
Palavras?! Neste momento estão todas gastas, ineficientes, incapazes de expressar minha impressão. Busco, reviro a minha própria caixa de Pandora e pra minha surpresa...eis que a encontro e ela é tudo que posso dizer: __ Enchanté!
ResponderExcluirquando (se) eu precisar de transfusão, sei de quem quero o sangue. se não for de uma laranjeira, que seja de uma limeira.
ResponderExcluirEis um poema que transborda e arranca as veias...
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