Mas eu enfrentarei o Sol divino,
o Olhar sagrado em que a Pantera arde.
Saberei porque a teia do Destino
não houve quem cortasse ou desatasse.
[A. Suassuna]
o Olhar sagrado em que a Pantera arde.
Saberei porque a teia do Destino
não houve quem cortasse ou desatasse.
[A. Suassuna]
Farei que amor a todos avivente,
pintando mil segredos delicados,
brandas iras, suspiros namorados,
temerosa ousadia e pena ausente
[L. de Camões]
pintando mil segredos delicados,
brandas iras, suspiros namorados,
temerosa ousadia e pena ausente
[L. de Camões]
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa e separados.
[M. de Assis]
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa e separados.
[M. de Assis]
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
[V. de Moraes]
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
[V. de Moraes]
Estes dois novinhos são frutos de um sonho antigo!, o de escrever sonetos. Esta forma fixa carregada de história sempre me fascinou, com sua métrica e esquemazinho de riminhas, tudo bem assim, bonitinho. E, honestamente, nunca achei que conseguiria! Parece que, quando você realmente quer escrever algo de certa maneira, o poema simplesmente não vem. Tem que deixar vir naturalmente, o sangue seguir seu curso natural, e quando menos se espera... sai! [os poemas são pássaros que chegam/não se sabe de onde e pousam/no livro que lês – M. Quintana] Coagulei-os entre uma aula de química e uma de literatura, mas estou com um pé atrás quanto ao conteúdo... Dos possíveis leitores, peço um possível feedback em formato de possíveis menarcas [comentários], agradecido ;)
O Andarilho
Por mares e por terras que passei
Não vim a encontrar o que queria
Países e paragens que andei
Cidades, vilarejos, nada havia
Não vim a encontrar o que queria
Países e paragens que andei
Cidades, vilarejos, nada havia
A solidão, sem alma, me sorria
A mim votava seu olhar mais torto
No agouro destes dias, não cabia
Em mim nem alegria – nem conforto!
A mim votava seu olhar mais torto
No agouro destes dias, não cabia
Em mim nem alegria – nem conforto!
A sombra que me assombra me condena
A este caminhar triste, vazio
A companhia horrenda de mim mesmo
A este caminhar triste, vazio
A companhia horrenda de mim mesmo
E eis que o tempo corre em mim, sem pena
E andando, escrevo os versos como um rio
Chorando a correnteza, só, a esmo.
E andando, escrevo os versos como um rio
Chorando a correnteza, só, a esmo.
~//~
uTUpia
Uma beleza bruta como a aurora
Que vem, invade, sem pedir licença
Não diz ou cala, nem ao menos pensa
Apenas de existir, sorri e chora
Que vem, invade, sem pedir licença
Não diz ou cala, nem ao menos pensa
Apenas de existir, sorri e chora
Mas de que chão teria ela brotado?
Oh, de que terra teria nascido?
Caiu do céu, pluma, sem alarido
Ou veio deste solo vil, rachado?
Oh, de que terra teria nascido?
Caiu do céu, pluma, sem alarido
Ou veio deste solo vil, rachado?
Não sei, não ligo – não me move a mente
Contento-me de ver seu rosto puro
Que enfeita e ilumina meu cenário
Contento-me de ver seu rosto puro
Que enfeita e ilumina meu cenário
Assim, posso gozar ser solitário:
Em lhe beijando as pétalas, lhe juro
Sorrir pra sempre ao ver o sol nascente.
Em lhe beijando as pétalas, lhe juro
Sorrir pra sempre ao ver o sol nascente.
Quem tem dom, tem dom e pronto, nao adianta forçar, tem gente q simplesmente nasceu pra isso, é incrivel
ResponderExcluirtu chega bem perto, a nao ser q vc nao goste do q escreve
tudo sempre muito leve e bonito. com "o andarilho", lembrei de um frase que diz: "é tão difícil guardar um rio quando ele corre dentro de nós".
ResponderExcluirbom mesmo que ele fique assim, à mostra.
beijos. parabéns!
" (...)
ResponderExcluirEsse que a gente tá vendo
Lendo, lendo sem parar
Do avesso é bem travesso
Tem talento pra voar (...)"
Parabéns, Gustavo!!! Muuuuito lindo!! Adorei os dois! Besos.
Karol
Não sei o quê, entre a quimica e a literatura, é tão instigante. Mas seja lá o que for, faça dele o seu momento. Pois eis que, a inspiração que percorre essas veias, novamente se fez sangue, e o sangue se fez verso...
ResponderExcluirguga, devo dizer que você se saiu muito bem na experiência de produzir sonetos. ficaram ambos musicais e de leitura bastante fluida. parabéns!
ResponderExcluirescrever durante aulas ruins é o melhor remédio pra aulas ruins, só perde pra desenhar
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