‘Oh! Sejamos pornográficos
(docemente pornográficos).’
[Carlos Drummond de Andrade]
(docemente pornográficos).’
[Carlos Drummond de Andrade]
Dessa vez, o desafio veio de longe, no tempo e no espaço. Relendo os versos do mestre Drummond [engraçado - e feliz! - como Minas, no que diz respeito à produção artística, raramente decepciona! http://traficoilegaldemusica.blogspot.com/2010/07/19756-minas-e-geraes-milton-nascimento.html], senti que podia escrever algo que respondesse a esta aclamação. Ser docemente pornográfico, o que seria? No último post, lembrei Caetano na sua eterna ‘Tigresa’ [como é bom pode tocar um ‘instrumentu’ - http://www.youtube.com/watch?v=5tQ0dbP1DI4], e exemplos desta doce modalidade não faltam na nossa música [Chico Buarque que o diga! – ‘meu corpo é testemunha do bem que ele me faz’ http://www.youtube.com/watch?v=txLPlvkGiP4]. A pornografia e o erotismo, bem como o amor e o sexo, por serem demasiadamente humanos, são por si só contraditórios. E me foi inevitável adicionar um elemento que contrastasse ao máximo com essa humanidade toda: a língua - a portuguesa!, que embora tão humana, sabe bem negar suas vísceras no momento de puxar os pés alheios com seus gramaticismos e pasqualecismos. De qualquer maneira, espero que gozem gostem.
lamber-te a língua
tocar-te as vogais, doces ferozes
acariciar-te os sujeitos e os objetos
arranhar com minhas unhas tuas vírgulas e
num átimo de metaforismo
lenta e inevitavelmente
arrancar-te um pleonasmo.
tocar-te as vogais, doces ferozes
acariciar-te os sujeitos e os objetos
arranhar com minhas unhas tuas vírgulas e
num átimo de metaforismo
lenta e inevitavelmente
arrancar-te um pleonasmo.
beijar-te os apostos ansiosos
e corrigir-te os erros pornográficos
doce e drummondmente
escrever no teu corpo com o Aurélio em riste
os versos que sexonhei pra nós.
e corrigir-te os erros pornográficos
doce e drummondmente
escrever no teu corpo com o Aurélio em riste
os versos que sexonhei pra nós.