terça-feira, 4 de janeiro de 2011

fala de faca ou à quoi ça sert #2

“L’amour est un oiseau rebelle
que nul ne peut apprivoiser
et c’est bien en vain qu’on l’appelle
s’il lui convient de refuser”
[Georges Bizet - http://tinyurl.com/67pd9o]


                Comentei um tempo desses da capacidade da língua francesa de tornar tudo um pouco mais... agradável ao ouvido. Não sei se são os elles ou os erres ou a beleza da poesia, mesmo, mas ela chega a ser quase tão bonita quanto o nosso brasileiro (é, essa língua que a gente fala). Por isso que venho escolhendo canções em francês pra introduzir os poemas desta minha ‘série’ [http://tinyurl.com/2uwyus4]. O título, ‘fala de faca’, vem dos versos de uma canção de Pedro Osmar, ‘Serrote’. Espero que gostem! J


o amor é navalha cega, enferrujada
rima ultrapassada
adentra o coração macio e o coração bruto
sem poesia, sem discrição
prosa caótica, e os versos jorrando das artérias
adentra o corpo dos justos, dos injustos
sem cerimônias, sem meias palavras
baile de barro, a bacante, o redemoinho
adentra a alma dos homens
sem nexo, sem conserto
já quaisquer coisas loucas dentro que não havia
a alma é um sertão, a alma é o mundo.




3 comentários:

  1. Sim, a alma é o mundo. A alma é um mundo. Um mundo de um habitante só. É uma casa grande e cheia de móveis.

    Lindo, rapaz. Como sempre.
    Abs.

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  2. o amor é o topo da escadinha. mexe qualquer coisa dentro doida. ah, o amor...

    lindamente, guguito.

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