quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

carona

‘quem quer?
pegar buzão lotado todo dia
quem quer?
viver andando a pé pra todo lado
quem quer?’

[Sacal - http://tinyurl.com/38ga8qg]

                Misturando vibes nesse post: uma, que é muito íntima, é uma vibe meio que metalingüística. Primeiro vem ‘o poeta’, agora vem ‘o poema’. Outra, não tão íntima quanto a primeira, seria uma temática mais urbana. Não sou destes urbanismos todos, quem me lê facilmente nota – mas desta vez me entreguei. Mais gostoso ainda foi me entregar a um urbefeeling que me é bem próprio, o dessa vila capital Parahyba. Enfim, espero que gostem. E comentem.





passeava caetânico ao largo das palavras
quando o avistei.
estava lá, parado na parada,
cansado e suado.
encostei e fiz-lhe a oferta.
o poema sorriu, tímido. esperava um ônibus há meia hora.
aceitou. hesitou a princípio, meio vinicínico, meio drummôndico,
mas aceitou.
conversávamos miudezas no trajeto
e questionei-lhe das minhas limeirices.
sentenciou-me:
“dejetos d’adjetivos!
rosas são rosas, violetas são violetas.
porra!”
sorri, tímido.
deixei-o na vara de ouro, ao fim da tarde,
e sangrei-o pelo resto de minha vida.











Créditos:
Pixação -
Ø
Fotografia - Matteo Ciacchi - http://www.flickr.com/photos/mciacchi/
Música - 'Castelo de Pedra', Burro Morto - http://www.myspace.com/burromorto
Clipe - Pablo Maia/Direção - http://tinyurl.com/3xr2b93

6 comentários:

  1. eu não quero não, pra mim tá massa! e rosas são rosas! damn!

    ResponderExcluir
  2. Um transeunte qualquer se assustaria, tamanha ousadia deste ser, mas poeta (e poesia)à sua própria maneira, se deixa perceber...
    Adorei as palavras... mais ainda a foto !!!

    ResponderExcluir
  3. Well, well... onde está vc aqui? Eu não vi. Não se perca. ;) Karol

    ResponderExcluir