domingo, 9 de outubro de 2011

notas sobre você [excerpts]

‘você desenhou becos sem saída no meu corpo’
[Maria José Limeira]

                Quando a gente gosta, claramente assume – é festa, é festa, até o sol raiar, né?. ¡Apois!, hoje é dia de festejar :D Segue um trechinho de uma longa carta-presente, eternamente em construção, à guisa de presente.

[...]

Brincar teu corpo feito parque de diversões, entradas grátis.

Ouvir teu olhar gritando pelo meu. Ouvir que gritas. E que é belo de ouvir.

Sentir tuas projeções sobre meu corpo. Fazem cócegas. É bom.

Quase dançar. Quase dormir. Sonhar inteiro.

Mais arrebatador que um beijo, mais verdadeiro que um abraço, mais surpreendente que uma rima.

Sábia da boca que sabe da outra.

Teu sol me amanhecendo, me aurorecendo, desvirginando a madrugada que ainda restava.

Porque era você, tinha de te chamar ‘niño’. Porque era eu, foste ninho, e eu confio.

Existe uma coisa na tua poesia que eu quase não conhecia: ela existe. E o perfume que carregas nos dedos, na pele, na presença, me embriaga ao ponto em que me esqueço de tudo. Não sei mais se sou ou se sou outro eu, mas pouco importa. Essas notas, esses rascunhos, fazem da chegada de você mais documento que qualquer coisa, e por isso fugi delas um tanto. Mas não seria eu se não registrasse que agora já leio meus poemas com uma paz quente reinando na alma. Esses poemas de amor, essas cartas tolas, esses rabiscos todos que eu escrevia como-que pra ninguém, mas que eu escrevia pra você o tempo todo. Ei-los aqui. São nossos.

No meio da pedra, tinha um caminho.

[...]


2 comentários:

  1. a poesia existe nos mínimos detalhes da pessoa amada - e é tão bom. sempre tem um caminho mais bonito no meio da pedra. que essa alegria perdure por muitas outras auroras e saia estampada em textos assim. beijinhos, beijões.

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  2. (Re)Descobri que a poesia, assim como a felicidade, existe. Gustavo proporciona ambos os estados de espírito. E que a festa dure por muitos outros raios de sol. ;)

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