
- gosto de pensar que usar palavras relacionadas à literatura nos textos é um artifício literário válido... no entanto, falar de poesia não me faz poeta. dizer-me poeta em meus textos não me faz poeta. poetas se fazem com outras coisas... como diria Leminski, existem dois tipos deles: os que escrevem e os que lêem. toda palavra aí está por um motivo, por um impacto. feliz de quem lê mais o impacto que a palavra. –
nem verdade ou mentira; sou o fato,
o trato da loucura, sou o medo,
degredo da saudade, sou um feto
num tubo de ensaio, sou sentido
o trato da loucura, sou o medo,
degredo da saudade, sou um feto
num tubo de ensaio, sou sentido
num conto dadaísta. eu sou a rota
que percorres descalço, sou adaga
que enfias no teu peito, sou a puta
que beijas, sou inferno e céu amargo.
que percorres descalço, sou adaga
que enfias no teu peito, sou a puta
que beijas, sou inferno e céu amargo.
não sou luz de estrelas, sou a rima
que buscas sem cessar, eu sou um homem
sentado nas esquinas, sou um ímã
que buscas sem cessar, eu sou um homem
sentado nas esquinas, sou um ímã
pros teus desejos tolos, sou a Rita
da música do Chico, sou o mote:
nem alegre, nem triste, nem poeta.
da música do Chico, sou o mote:
nem alegre, nem triste, nem poeta.