‘Para quem quer se soltar
Invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
[...]
Invento o cais
E sei a vez de me lançar’
[Milton Nascimento/Ronaldo Bastos]
Invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
[...]
Invento o cais
E sei a vez de me lançar’
[Milton Nascimento/Ronaldo Bastos]
Saudades de sangrar por aqui. Os últimos dias tem sido de intensa hemorragia interna, e isso tem me mantido longe da caneta e do papel – da poesia, nunca. Devidamente mergulhado no mar de sensações que me invadiram nos tempos recentes e lembrando os hai-kais deliciosos que Leminski nos presenteou quando vivo, escrevi estas três besteirinhas. Porque não tenho qualquer experiência com este gênero poético japonês, tenho até medo de dizê-los hai-kais. Não são mais que simples high-cais. Sei a vez de me lançar.
confira
tudo que respira
conspira
[P. Leminski]
tudo que respira
conspira
[P. Leminski]
No mais, desculpo-me pelo silêncio. Pretendo calá-lo. E espero que gostem.
I
deito a cabeça no teu colo
e quero que o tempo
não passe tão logo
deito a cabeça no teu colo
e quero que o tempo
não passe tão logo
II
teus dedos em meus cachos
me assanham
melhor que o vento
teus dedos em meus cachos
me assanham
melhor que o vento
III
cidadão descompassado
coração descompresente
amor fruturo
cidadão descompassado
coração descompresente
amor fruturo
Sobre hai-kais - http://www.naoser.hpg.ig.com.br/hai-kai.htm